Hospedagens para quem?
Oi gente, tudo bem?
Quero escrever hoje sobre um acontecimento que vejo frequentemente, e não sobre histórias
Sempre viajo, já perdi quantas vezes ao ano, e me hospedo em hotéis, dos mais variados possíveis, pousadas, 4 estrelas, sem estrelas nenhuma, apenas com escadas, aqueles que só faltam te levar no colo, uns só para dormir, outros parecendo uma casa...
Os atendimentos diferenciam no nível do hotel, alguns nem olham para sua cara, outros se pudessem te carregar no colo fariam, mas, uma coisa que não diferencia em hotel/pousada nenhuma, é a acessibilidade, e quando falo isso, inclui acessibilidade atitudinal, e arquitetônica.
Toda vez que chego em um hotel, a pergunta que escuto: "mas, você veio sozinha?"
Não, eu vim juntamente com alguns fantasmas que você não vê...
"Mas como? Porque veio?"
Porque eu trabalho, passeio,, e preciso dormir em algum lugar? Ou melhor, porque as pessoas se hospedam mesmo?
Aí depois passado o check-in, é aquele medo: "Onde vamos colocar ela?"
O quarto X precisa subir escada, o Y não dá, o Z...
E nem perguntam se eu subo escadas, ou se eu posso fazer qualquer coisa que haja dúvidas, até eu me intrometer na conversa e explicar que faço tudo sem limitações, e, em fim, encontrarem um quarto.
Aí, outro problema, chegando no quarto, os funcionários não estão preparados para mostrar a acomodação, onde ficam localizada as tomadas, como liga a TV, o ar condicionado, se as janelas estão abertas ou não, o que tem dentro do frigobar... Ficam totalmente sem jeito, e isso quando simplesmente largam sua mala no meio do quarto sem avisar e vão embora.
Aí depois tem o café da manhã, as pessoas parecem que somem quando você vai tomar café, já entrei até na cozinha de um hotel, para procurar um funcionário que pudesse me servir, isso quando não te levam até a mesa do buffet e te largam lá dizendo: "estamos na frente da mesa" Humm... Como eu vou me servir, com uma mesa cheia de coisas que eu nem sei o que tem? Totalmente impossível.
E para finalizar as atitudes, ao pegar um Uber, sempre me levam até o carro falando: "Cuide bem dela" Será que falam isso para todos os hóspedes?
Agora a acessibilidade estrutural, não possui pisos guias nos hotéis, dependendo do tamanho do hotel, você fica totalmente perdido(a), a grande maioria dos elevadores possuem Braille, porém, não falam os andares, do que não adianta muita coisa, porque podemos ficar perdidos(as) igual.
Para encontrar o seu quarto é uma tarefa bem difícil, porque você precisa decorar a posição exata dele, seja contando as portas, seja utilizando outra técnica, pois os números não são possíveis identificar por uma pessoa cega.
Quando eles não possuem chave, e sim cartão, você não consegue abrir a porta do seu quarto, precisa pedir para um funcionário realizar essa tarefa, pois:
o cartão não possui nenhuma identificação do lado correto para inserir no leitor, e, a porta quando libera, apenas emite um sinal luminoso, sendo impossível de um cego saber que ele pode abrir a maçaneta.
Ainda assim, com todos esses problemas, eu continuo e continuarei viajando, e mostrando para o máximo de pessoas possíveis que sim, pessoas cegas viajam, passeiam, compram, trabalham, e podem ser hóspedes como qualquer um, apenas com uma atenção maior, e, espero que todos os hotéis e pousadas que frequentei, tenha modificado essas atitudes.
Até a próxima!
Quero escrever hoje sobre um acontecimento que vejo frequentemente, e não sobre histórias
Sempre viajo, já perdi quantas vezes ao ano, e me hospedo em hotéis, dos mais variados possíveis, pousadas, 4 estrelas, sem estrelas nenhuma, apenas com escadas, aqueles que só faltam te levar no colo, uns só para dormir, outros parecendo uma casa...
Os atendimentos diferenciam no nível do hotel, alguns nem olham para sua cara, outros se pudessem te carregar no colo fariam, mas, uma coisa que não diferencia em hotel/pousada nenhuma, é a acessibilidade, e quando falo isso, inclui acessibilidade atitudinal, e arquitetônica.
Toda vez que chego em um hotel, a pergunta que escuto: "mas, você veio sozinha?"
Não, eu vim juntamente com alguns fantasmas que você não vê...
"Mas como? Porque veio?"
Porque eu trabalho, passeio,, e preciso dormir em algum lugar? Ou melhor, porque as pessoas se hospedam mesmo?
Aí depois passado o check-in, é aquele medo: "Onde vamos colocar ela?"
O quarto X precisa subir escada, o Y não dá, o Z...
E nem perguntam se eu subo escadas, ou se eu posso fazer qualquer coisa que haja dúvidas, até eu me intrometer na conversa e explicar que faço tudo sem limitações, e, em fim, encontrarem um quarto.
Aí, outro problema, chegando no quarto, os funcionários não estão preparados para mostrar a acomodação, onde ficam localizada as tomadas, como liga a TV, o ar condicionado, se as janelas estão abertas ou não, o que tem dentro do frigobar... Ficam totalmente sem jeito, e isso quando simplesmente largam sua mala no meio do quarto sem avisar e vão embora.
Aí depois tem o café da manhã, as pessoas parecem que somem quando você vai tomar café, já entrei até na cozinha de um hotel, para procurar um funcionário que pudesse me servir, isso quando não te levam até a mesa do buffet e te largam lá dizendo: "estamos na frente da mesa" Humm... Como eu vou me servir, com uma mesa cheia de coisas que eu nem sei o que tem? Totalmente impossível.
E para finalizar as atitudes, ao pegar um Uber, sempre me levam até o carro falando: "Cuide bem dela" Será que falam isso para todos os hóspedes?
Agora a acessibilidade estrutural, não possui pisos guias nos hotéis, dependendo do tamanho do hotel, você fica totalmente perdido(a), a grande maioria dos elevadores possuem Braille, porém, não falam os andares, do que não adianta muita coisa, porque podemos ficar perdidos(as) igual.
Para encontrar o seu quarto é uma tarefa bem difícil, porque você precisa decorar a posição exata dele, seja contando as portas, seja utilizando outra técnica, pois os números não são possíveis identificar por uma pessoa cega.
Quando eles não possuem chave, e sim cartão, você não consegue abrir a porta do seu quarto, precisa pedir para um funcionário realizar essa tarefa, pois:
o cartão não possui nenhuma identificação do lado correto para inserir no leitor, e, a porta quando libera, apenas emite um sinal luminoso, sendo impossível de um cego saber que ele pode abrir a maçaneta.
Ainda assim, com todos esses problemas, eu continuo e continuarei viajando, e mostrando para o máximo de pessoas possíveis que sim, pessoas cegas viajam, passeiam, compram, trabalham, e podem ser hóspedes como qualquer um, apenas com uma atenção maior, e, espero que todos os hotéis e pousadas que frequentei, tenha modificado essas atitudes.
Até a próxima!
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