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Mostrando postagens de agosto, 2018

Do que você tem medo?

Hoje estou reflexiva, porque apesar de ser de alumínio, carbono, e outros tantos materiais, ainda possuo sentimentos, e aprendi a ler minhas pilotas/pilotos, só pela forma que me conduzem no dia-a-dia Vim para falar de atitudes, e, para não dizerem que defendo minhas pilotas/pilotos, eu vou começar a falar de vocês... Poxa vida, eu gosto tanto de guiá-los, de conhecer caminhos, pessoas, de dar segurança para vocês, de fazer vocês se sentir bem, e, tem pilotas/pilotos que não confiam em mim :( Eu sei, que não é simples, que precisa de um apoio, mas, por favor, me deem uma chance? Deixem ao menos uma vez eu guiá-los, e mostrar o mundo lá fora? Tem tanta coisa legal... Tantas pessoas dispostas a ensinar... Se arrisquem mais, se permitam... Confiem mais em vocês, e não se simtam imcapazes, porque não são, bem pelo contrário... Faça dos nãos que vocês escutam seus sims para tomar coragem e me colocarem em suas vidas, e ter sua independência, autonomia. Vão em busca de seus sonhos, aga

Qual tamanho da sua fome?

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Não sei se já perceberam, mas tem algumas coisas que depende. Depende do referencial, do que considera ser pouco/muito, pequeno/grande, alto/baixo. Efim. Vou falar hoje de quantidade. Até eu tenho tamanhos diferentes, sabiam? Não adianta uma pessoa pequena querer andar com uma bengala de 1,50 m que não vai adiantar. A mesma coisa o inverso. Deixando meus tamanhos de lado, o assunto aqui é restaurantes, cafeterias, lanchonetes e afins, mas apenas um aspecto do atendimento. O tamanho e/ou quantidade de alguma coisa. Cegos e baixa visão de plantão, já aconteceu de ter que perguntar o tamanho ou o quanto vem de algo e falarem que é bastante e era pouco? Ou ainda, falar que é pequeno, mas é enorme? E atendentes, já passaram por uma situação dessas? De ter que explicar o tamanho ou quantidade de algo e pra você é pouco, mas é muito? Pequeno, mas o cliente acha enorme? Vou contar alguns causos pra vocês: Acompanhei uma pessoa que ia almoçar com os amigos e dependendo do tamanho da fome

Relacionamento, descomplique-os

Eu nem sei como começar a escrever isso aqui, talvez dizendo que a pessoa cega namora, faz sexo, casa, tem opções sexuais, trabalha, estuda e etc. Sim! Tem vida. E como tem vida! Trabalho muito! Depois dizendo que sim, cego vai na balada, pega todas, todos, e o que ver pela frente, (daí depende de cada um né) e eu ainda as vezes ajudo até a encontrar. A não ser que fique um segurança não deixando ninguém se aproximar e dizendo “Ela é cega...” Uma vez, uma bengalante quase leva uma garrafada em um bar por estar olhando a mulher alheia! Oh, milagre, a cega olhando a mulher alheia, sim, porque isso, só isso eles veem, será? Será que vou precisar me aposentar? :( E tem aqueles que são super sem vergonhas. Foi olhar as namoradas dos caras nas baladas, e teve que ir embora escoltado por seguranças para que não acontecesse coisas piores com o ser. Quase me deixou lá no meio daquela confusão, dono desnaturado! E quando digo que alguns milagres instantâneos acontecem, e de uma hora para outra m

Foi pra quem?

Já vivenciei várias situações. Algumas engraçadas, outras seriam cómicas se não fossem trágicas. E aquelas que simplesmente acontecem e depois vira mais uma história , daquelas de dar risada. Já vi minha parceira esbarrar e pedir desculpas ao pacote de fraudas no supermercado, cumprimentar um poste e conversar altos papos com manequim pensando que é gente! Esses dias no trabalho, estávamos voltando do almoço e   como circula muitas pessoas, tanto do dia-a-dia ou de fora, tem gente que da oi, bom dia, e por aí vai... As vezes ela acha que é pra si, mas é pra outra pessoa ao lado. Outras, não reconhece a voz ou é alguém diferente. Afinal, as vezes a voz engana, confunde e nem sempre é molesa associar a pessoa a voz. Haja memória pra saber a voz de todo mundo! Ainda mais se o contato não é frequente. Ou então, não percebe porque está no mundo da lua ou concentrada no caminho. Sim. As vezes é preciso lembrar de detalhes do trajeto que pode ser um referencial, mas para os ench

Hospedagens para quem?

Oi gente, tudo bem? Quero escrever hoje sobre um acontecimento que vejo frequentemente, e não sobre histórias Sempre viajo, já perdi quantas vezes ao ano, e me hospedo em hotéis, dos mais variados possíveis, pousadas, 4 estrelas, sem estrelas nenhuma, apenas com escadas, aqueles que só faltam te levar no colo, uns só para dormir, outros parecendo uma casa... Os atendimentos diferenciam no nível do hotel, alguns nem olham para sua cara, outros se pudessem te carregar no colo fariam, mas, uma coisa que não diferencia em hotel/pousada nenhuma, é a acessibilidade, e quando falo isso, inclui acessibilidade atitudinal, e arquitetônica. Toda vez que chego em um hotel, a pergunta que escuto: "mas, você veio sozinha?" Não, eu vim juntamente com alguns fantasmas que você não vê... "Mas como? Porque veio?" Porque eu trabalho, passeio,, e preciso dormir em algum lugar? Ou melhor, porque as pessoas se hospedam mesmo? Aí depois passado o check-in, é aquele medo: "Ond

alguém conhece todo mundo?

Olá leitores e leitoras do blog. Hoje, vamos abordar diversos assuntos por sugestão de um dos leitores que encaminhou um E-mail. Espero que gostem! Situações que todo cego se não passou, algum dia da sua vida vai passar: 1. Quando enxergantes presumem que, por termos uma deficiência, conhecemos todas as pessoas com deficiência do mundo. Sim! Isso acontece muito, eu tenho tantos amigos, porém não conheço a grande maioria, é desde entrar no ônibus e o motorista vir com aquela fala: "senta aí do lado do seu amigo" Aí fico pensando, oi? eu tenho um amigo! Quando na verdade, eu nem conheço o ser humano do meu lado Até alguém te ajudar na rua e falar: "ah, ontem ajudei seu amigo! Era cego" Aí fica a questão, quer dizer então que vocês são todos amigos? Vocês tem amigos assassinos, advogados, médicos, ... sim! Todos enxergam, logo, quem enxerga tem amigos que enxergam, e conhecem todos, faz sentido? Nenhum certo? Logo, não conhecemos todos os cegos do mundo,

Um olhar que ninguém vê

Olá pessoal, tudo bem? Eu sou a bengala, sou a companheira da maioria das pessoas com deficiência visual, sejam eles cegos ou baixa visão. Resolvi vir aqui para falar um pouco do meu trabalho, e falar do que acontece ou do que não é legal fazer comigo ou com meu dono(a)/piloto(a). A título de curiosidade, meu nome é bengala. As vezes meus donos me chamam de algo carinhoso, mas não é: varinha, bastão, coisinha, tectec, pauzinho, muleta (as colegas ficam chateadas ao serem confundidas comigo, mesmo porque a função é diferente!), negocinho e por aí vai... Sou apenas bengala... posso ser inteira, dobrável, de alumínio ou telescópica de carbono. ponteira fixa ou roler, preta, colorida ou ainda verde para a galera baixa visão. Dependendo do piloto(a), ir rápido ou devagar, barulhenta ou sorrateira e silenciosamente. Ir guiando ou só do ladinho acompanhando se já tem um guia humano. Tudo depende da situação, porque mesmo ali acompanhando ao lado, ainda posso ser útil para ver tamanho e qua