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Isolamento bengalístico

Oi gente, quanto tempo! Muitos afazeres por aqui, mas agora eu consegui vir aqui escrever. Eu to me sentindo entediada com esse isolamento! E, principalmente porque as pessoas não lembram de mim, não, eu não estou sendo dramática, quer ver um exemplo: Lavem todas as coisas, lavem as mãos, mas ninguém nunca pediu para higienizar a mim! A minha pilota me deu um banho de álcool a última vez que saiu na rua, e sabe eu gostei! Além de refrescar, me senti mais limpa. Eu também estou indo para o sol todos os dias para manter minha aparência bonita, mesmo que minha pilota esteja seguindo o isolamento certinho, ela ainda assim está tendo o maior cuidado comigo! Outra coisa que pedirei, não fiquem me pegando por aí para ajudar meus guiados e guiadas que necessitam sair na rua nesse tempo de isolamento, por favor! É desconfortável, e eu ainda posso acabar sendo uma ponte de transmissão, e, eu não quero adoecer meu guiado/guiada. Em fim, só queria desabafar mesmo, e dizer que eu também sou gente,

A procura do Osso perdido.

Não sirvo só para desviar de obstáculos, bengalar por aí. Sirvo para encontrar coisas. Por quê não? Principalmente quando um cão arteiro perde e enlouquece sua dona, e, em espaços abertos grandes ou embaixo de móveis, sofá, cama.... Além de encontrar coisas, eu troco lâmpadas, limpo teto, ajusto pá de arcondicionado, sou praticamente uma bengala dona de casa, mas isso é outro assunto, voltando ao cão... Estava em casa quietinha, encostada ao lado da porta pensando na vida. E na sala um cão bem feliz brincando com um osso de brinquedo. Aliás, até meu roler virou brinquedo quando ele descobriu que gira. Como ele ainda é filhote, não atende ao comando de trazer algo ou pegar algum brinquedo quando é pedido. E o osso do bichinho sumiu. E agora José? As meninas procuram com a mão, o pé. Procuram por tudo e nada! Quando não se  ouve o barulho de onde caiu ou local onde estava da última vez, fica difícil. Até eu fui convocada a ajudar nessa empreitada. Faço uma varredura no chão, vou emb

Porque eu também faço minhas artes

Que canto é esse? Não lembro de ter bengalado por aqui, minha pilota pode estar passeando, ou então, migrando de lugar talvez... Sei lá, a única coisa que sei é que o chão é quente! Estou fervendo, e mesmo que minha pilota tente passar a maior confiança do mundo, nem ela sabe pra onde vai direito. Sai de dentro do carro, para por uns instantes, e decide andar. Vejo a meu redor um monte de água, e ali seria algo perfeito! Eu me refrescaria, e ela também, visto que ela tava com uma cara de poucos amigos, se eu pudesse sairia correndo! Olhei para os lados, e constatei que estávamos na entrada de um shopping, enorme! E aquelas águas eram fontes decorativas, ainda assim, seria um refresco, porque eu estava queimando naquele chão quente! Minha pilota então andando, foi justamente na direção da fonte, e, não somente me jogou nela, como também levou um tombo! Por um momento fiquei super feliz, porque me molhei toda, e refrescou, mas, quando olhei a cara da minha pilota, juro se pudesse fica

Protepoo, a nova moda para o verão, talvez?

Essa eu não fui protagonista, diretamente, mas espectadora de cadeirinha do acontecido. Vou contar o que eu vi, essas horas, juro que gostaria de falar, só pra dar risada! Realmente minhas pilotas são cegas. Eu e mais duas colegas fomos com nossas respectivas donas a praia. Depois delas comerem, beberem e explorar o lugar foi hora de aproveitar um banho de mar, mas antes tem que passar o protetor para não virar um camarão e correr o risco de doenças futuras relacionadas com a exposição ao sol, e que sol! eu me sentia queimando, sorte que me colocaram em uma cadeira bem confortável com uma sombrinha, confesso que queria entrar na água também :( Pega o frasco, e passa protetor. E que protetor diferente. O cheiro... A testura... Não tinha cheiro de protetor, sabe, aquele cheiro que lembra praia e nem a testura melequenta e grudenta de um protetor. Parecia mais um creme. Mas... como tem protetor de tudo quanto é jeito, elas acharam ser apenas impressão. Depois de besuntar o corpo do crem

Falando sobre aeroportos

Olá galera! Apareci, e com muitas novidades, que vou contando aos poucos para vocês :) Já pensaram como é viajar de avião? Simples né, é só fazer chekin, ir pra área de embarque, entrar no portão correto e ir pro avião e ser feliz, sóóó que não! E para uma pessoa cega? Ai, eu sofro, essas desgraças resolvem viajar e nem preparam meu psicológico :( eu não tenho GPS e não sei o caminho. Afinal quem sabe é minha Guiada. E que bagunça é o aeroporto! Cada vez muda o balcão do chekin da companhia, o portão do embarque pode ser qualquer um, ou pegar um ônibus pra chegar lá. E sem contar o lugar de destino talvez seja desconhecido. Para isso, se estiver desacompanhado, a companhia tem que oferecer auxílio para deslocamento até a saída do aeroporto. O problema inicial está em sair do uber, por exemplo, e achar algum funcionário do aeroporto ou companhia desejada. Nessas horas minhas pilotas ou pilotos fazem cara de perdida, sério, as vezes fica muito engraçado!  E pedir ajuda a alguém é importa

Uma mão na roda

Hoje vou falar um pouquinho sobre transporte. Se eu pudesse, voaria com meus guiados só para chegar mais rápido, mas como não dá, só desvio de obstáculos e não deixo cair em buracos quando possível. Geralmente o povo bengalante usa o transporte público, metrô, ônibus, trem. E antes quando necessário e não há para ir a pé ou utilizando os meios de transporte, o taxi. E mais recentemente, esses aplicativos lindos e maravilhosos de transporte como o Uber. Vou falar mais dele, porque é o que tem uma melhor acessibilidade na interface do aplicativo. Só vejo que meus guiados ficam perdidos porque todos os enxergantes adoram perguntar a cor do carro e isso não tem escrito no aplicativo, só aparece o desenho com a cor do carro. Uber, #FicaADica. E como é uma mão na roda esses aplicativos! A autonomia em cidades como as nossas que não presam pela acessibilidade arquitetônica, onde o importante é o carro e pessoas que estão dentro do padrão esperado, ou seja, sem nenhuma limitação. Agora nós, (e

Existe hotel acessível!

Olá! Acharam que eu abandonei vocês? Isso foi culpa da minha pilota, que desde a quinta passada não me deu trégua! Cutuquei tanta gente, desviei ela de tanta coisa, passei por cada aventura, que vou falando aos pouquinhos aqui, mas, vamos começar com coisa boa, certo? Minha pilota como ama viajar, foi para SP no feriado, e, como eu já falei aqui sobre hospedagens, eu vou falar novamente, mas dessa vez com a maior empolgação do mundo! A chegada até o hotel eu conto em outra postagem, o que importa é que eu a guiei até lá, bem linda ;) No início, fiquei super assustada, o hotel era gigante, e, se bem conheço minha pilota com certeza ela iria querer andar por tudo. ainda mais que ouvi ela falando que tinha piscina, bem capaz dessa maluca me atirar na água ainda... Já comecei a pensar o trabalho que iríamos passar naquele lugar, porém, fui surpreendida por um guia humano que gentilmente pegou minha pilota para levá-la até o quarto, e, mais ainda, quando minha pilota me estacionou, e o mesm