Piso tátil ou piso-fila?
Já se perguntaram para que serve aquelas bolinhas ou faixa
no chão? As vezes acho que as pessoas pensam que é piso-fila “No terminal de
ônibus....”. Ou indicativo de coloque um poste ou uma lixeira aqui. Ou ainda,
só para infeite porque é algo coloridinho. Dependendo da cidade é obrigatório,
bem como em edificações que as vezes sai do nada e leva para lugar nenhum.
Eu, como uma bengala informativa, venho hoje para falar um
pouquinho sobre o piso tátil ou piso guia.
Muitos estão errados, ou em lugares errados ou estão no
lugar certo e sendo entendidos errados. Não, não se preocupem, não é filosofia.
Vamos começar a esclarecer. Eita coisa complicada né. Só que
não.
Muitos lugares tem aqueles pisos de bolinhas que ficam na
beira da calçada. Aquele negócio, um pé na calçada e outro esperando um carro
passar por cima. Se tiver um piso tátil de faixa ao lado, pode ter este alerta
na beira com postes, mas os obstáculos devem estar devidamente sinalizados ao
redor. O que geralmente acontece é que só tem esse piso e as pessoas acham que
é assim e só existe esse na face da terra. Isso se tiver calçada, mas é outra história.
Então, esses pisos de bolinhas, geralmente vermelho indicam
alerta/perigo/atenção por alguma razão. Se é na beira da calçada, indica que
depois dele tem a rua. Usado também antes e depois de garagem para avisar que há
algo em frente ou que precisa estar com os sentidos alerta. Também significa
Algum obstáculo. Começo de escadas... São vários exemplos.... O que acontece é
que muitas pessoas acham que só aquilo é o suficiente. Tem que ter outros tipos
de piso que indicam outras coisas. Ah, e não significa que o bengalante que
está passando é obrigada a andar ali em cima. O piso é um indicativo, um
referencial e “DEVERIA” ser uma rota segura. Deveria, mas tive casos de deparar
com buracos, crateras que nem quero pensar onde o ser vai parar. Pisos ao
contrário, porque o dono da calçada achou que daquele jeito era melhor, ficaria
mais bonito. Imagina se o ser andasse de bengala.
Esses dias um senhor foi puxando minha guiada pelo braço e
perguntando se ela queria ir para o trilho. Pensei que inauguraram uma extação
de trem ou metrô. “Só que não.” Era pra
ir pro piso alerta que por ser o único da categoria foi elevado a guia, com
direito a fila para entrar no ônibus, risco de levar uma bundada do ônibus em
uma ré no momento de estacionar o veículo, porque se resolver arriscar andar do
outro lado, o risco de levar de brinde uma lixeira ou levar um pilar de
presente é grande.
Piso guia para ser
seguro tem que ser colocado de forma correta e tem que estar mais no meio da
calçada, ser de faixa contínua com os alertas quando necessário e também de decisão
que são os que tem umas setinhas apontando para a direção que a pessoa pode ir.
Agora é obrigatório as edificações terem as normas de
acessibilidade, tanto as novas quanto se for realizada alguma reforma. O engraçado
é que o piso sai de uma escada ou elevador e para no meio do nada. Será que a
pessoa cega tem que ficar ali porque ela vai ao elevador ou as vezes ao
banheiro. Sim, cego vai ao banheiro. Observem como em muitos lugares o piso
leva ao banheiro. Poderia levar para a cozinha de um restaurante. Não iria
reclamar não.
Uma dica. Não façam o piso de ponto de encontro, onde se forma
aquela roda de conversa que da para esquecer da vida. Qualquer hora eu posso
passar batendo em todo mundo e daí já viu, canelas doloridas.
Uma vez, estava guiando uma dupla e tinha uma fila no piso
alerta. Fui cutucando as pessoas e pedindo licença, até que uma mulher que
estava no mundo da lua, depois de umas bengaladas, da um pulo para trás e diz:
- Dooois@ ô meu deus! São 2!
Essa daí provavelmente nunca viu uma bengala na vida, quem dirá
duas. Mas pelas cutucadas deve lembrar até hoje... :)
Tem aqueles que perguntam indignados se o bengalante
encherga, com um tom irônico e debochado...
Imaginem se realmente vissem minha humilde presença.
Sem contar aquelas criaturas que olham na maior cara-de-pau
e dizem:
_ Eu saio se eu quiser....
Dispensa comentários da boa educação que deve ter recebido.
Ou ainda, falta um pouquinho de empatia pelo outro.
Tem as pessoas na maior boa vontade que querem tentar ajudar
e ficam empurrando ou puxando para que a pessoa fique emcima do piso. O
trabalho é andar de salto ali no piso, principalmente nos de bolinhas.
O problema é quando não tem espaço é quase nem tem espaço para
o piso, quem dirá transitar um usuário de cadeira de rodas. Por falar em rodas,
já vi uma galera surfando no piso-tátil, com a cadeira por não ter espaço suficiente.
Nem quero pensar num encontro de bengala e rodas.... Com certeza eu vou parar
no reciclável. Ou não né...
Olhem as normas da suas cidades, as normas de acessibilidade
para tentar fazer o melhor possível. E também, consultem um bengalante para
fazer o teste drive.
E vocês leitores, alguma história de pisos-tátil pelo Brasil
a fora? Compartilhem comigo!
Cutucadas!
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